Apesar de mantida a tendência de redução da vulnerabilidade social no
Brasil, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
apontam uma desaceleração nessa queda e um aumento da vulnerabilidade
social no país, no último ano analisado.
Os dados são do Atlas da Vulnerabilidade Social,
divulgados hoje (23), em Brasília. Segundo o Ipea, de 2011 a 2015, o
Brasil manteve a tendência de redução da vulnerabilidade social, mas em
velocidade menor à observada no período entre 2000 e 2010.
Ao
analisar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
entre 2011 e 2015, a taxa média anual de redução foi de 1,7%, enquanto
que, entre 2000 e 2010, com dados do Censo Demográfico do IBGE, a taxa
era de 2,7% ao ano.
Além disso, a partir de 2014, o Índice de
Vulnerabilidade Social (IVS) não apresentou redução de valores, mas,
sim, um aumento de 2%, saindo de 0,243 em 2014 para 0,248 em 2015. “Este
pequeno aumento de 0,005 pode significar um ponto de inflexão na curva
da redução da vulnerabilidade social”, diz o estudo.
Segundo o
técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e coordenador do atlas, Marco
Aurélio Costa, é o primeiro ano em que há um aumento da vulnerabilidade
social no país.
Quanto maior o índice, que varia de 0 a 1, mais
vulnerável a população está. A vulnerabilidade social à que ele se
refere indica a ausência ou insuficiência de recursos ou estruturas
(como fluxo de renda, condições adequadas de moradia e acesso a serviços
de educação) que deveriam estar à disposição de todo cidadão, por força
da ação do Estado. Ele é composto por 16 indicadores organizados em
três dimensões: renda e trabalho, capital humano e infraestrutura
urbana.
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