O parto que deveria ser um momento de alegria pela chegada do bebê
pode se transformar um episódio marcado pela violência e humilhação.
Isso ocorre quando a mulher é vítima da violência obstétrica. Com
atividades para conscientizar e prevenir mulheres para que não sejam
submetidas a essa situação, o Projeto TransformaDor: parir com amor, sem violência, foi premiado hoje (20) na 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher.
Outros
cinco projetos também receberam o prêmio da Organização Pan-Americana
de Saúde (Opas) em parceria com o Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Todas as experiências foram implementadas em unidades do Sistema Único
de Saúde (SUS). Vinte e dois projetos foram inscritos para a premiação
do Laboratório de Inovação sobre Participação Social na Atenção Integral
à Saúde das Mulheres, da Opas, em parceira com o CNS. O objetivo é
incentivar práticas inovadoras implementadas no SUS que resultem em
melhoria do atendimento de saúde à população.
O Projeto
Transformador foi desenvolvido pela Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Pará, sob a coordenação da professora Edna
Barreto, e coleciona relatos de mulheres que, no momento do parto,
ouviram da equipe de saúde frases como “na hora de fazer você não
chorou, agora está chorando”, “não chora, se não, não vou te atender” ou
“não chora porque, ano que vem, você está aqui”. Para conscientizar as
mulheres sobre o que é a violência obstétrica e, a partir daí,
empoderá-las para que não permitam que esse tipo de situação continuem
ocorrendo, o TransformaDor criou um grupo de apoio às gravidas na
unidade de pública de saúde da Pratinha, bairro na periferia de Belém.
O
grupo realizou dez atividade preventivas com palestras e discussões na
Pratinha ao longo de 2016. O público-alvo foram as mulheres negras, com
participação também dos companheiros das grávidas e profissionais da
unidade de saúde.
O projeto trabalho o conceito de violência
obstétrica como toda forma de violência praticada pela mulher na
gravidez, no parto, no pós-parto e em situação de abortamento. “Essa
violência se materializa a partir de xingamentos, de abusos, de maus
tratos, de procedimento inadequados. Segundo dados da Fundação Perdeu
Abramo, uma em cada quatro mulheres sofre violência obstétrica no
Brasil”, disse Edna Barreto.
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