Foi lançada hoje (13), na capital paulista, a campanha de
esclarecimento sobre a depressão Pode Contar, com enfoque na empatia, ou
seja: a capacidade de familiares e amigos se colocarem no lugar da
pessoa que sofre com a depressão. O conteúdo da campanha está
disponível no site.
Carmita Abdo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria
(ABP), explica que a empatia não é passar a mão na cabeça ou sentir pena
de quem sofre com a doença, mas se colocar no lugar do outro: “É se
reconhecer no outro. Nós na ABP falamos muito de combater o estigma da
depressão e nada melhor que exercitar a empatia”, disse.
De acordo com a médica, a empatia envolve processos afetivos e
cognitivos e se traduz na capacidade de perceber os sentimentos e
emoções da outra pessoa, sem julgamentos. Segundo ela, as doenças
mentais estão entre as dez patologias mais prevalentes de um total de 32
doenças incapacitantes para o trabalho.
A engenheira Bernadete de Araújo, de 64 anos, conta que a depressão a
afetou de diversas formas. Ela sofreu de forma recorrente desde a
infância, mas notou sintomas exarcebados na vida adulta. Ainda assim,
demorou oito anos para conseguir o diagnóstico.
“Houve um tempo na minha vida em que eu não conseguia raciocinar,
somar ou subtrair. Eu fazia relatórios em outras línguas, mas não
conseguia ler uma manchete de jornal. De repente, eu me tornei
impaciente, ansiosa e até agressiva. Eu sentia uma tristeza enorme e não
entendia a razão”, lembrou.
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