Acompanhada da chegada de André Brandão à presidência do Banco do
Brasil, no lugar do economista Rubem Novaes, vem também a decisão do
governo de não privatizar o banco até o fim do mandato de Jair
Bolsonaro. Integrantes da equipe econômica afirmam que essa ideia
ficaria para um segundo mandato, na expectativa de reeleição do
presidente.
O governo quer anunciar nesta segunda-feira (3) o nome de André
Brandão para o comando do Banco do Brasil mas acredita que levará de
vinte a trinta dias para que ele inicie a gestão, de fato.
Só haverá anúncio se antes o HSBC divulgar um comunicado oficial, de
desvinculação de Brandão. Ele foi presidente do HSBC Brasil e hoje é
diretor de Global Banking e Markets. Após o anúncio oficial, formalmente
Brandão ainda terá que passar pelo crivo do conselho de administração
do Banco do Brasil. Ele também fará mudança de vida dos Estados Unidos
para o Brasil, com a família.
“Se fosse (banco) privado, nomearia em 24 horas. Sendo público, passa
pelo presidente, tem todo ritual, trâmites políticos”, afirmou à CNN uma fonte muito próxima do ministro da Economia.
Paulo Guedes, ao falar da natureza jurídica do Banco do Brasil,
costuma dizer que “não é tatu, nem cobra”, por se tratar de uma empresa
de economia mista, uma combinação entre público e privado, o que criou
empecilhos ao discurso privatizante do então presidente Rubem Novaes.
Guedes não abriu mão de privatizar o Banco do Brasil mas, com a saída
de Novaes, decidiu reposicionar a gestão e colocar alguém com
experiência no comando de banco. “Brandão veio para ‘banquerar’, é
discreto, técnico, competente e apolítico, o que é o melhor”, disse a
mesma fonte.
Logo que a saída de Rubem Novaes do cargo foi anunciada, o clima
pesou dentro do Banco porque funcionários levantaram a possibilidade de
que haveria indicação política, relacionada ao centrão. Vários nomes
circularam nos últimos dias. Mas a escolha de uma pessoa de fora, na
visão da equipe econômica, mostra que não houve interferência política.
Guedes apresentou o nome de Brandão ao presidente Jair Bolsonaro. O
ministro afirmou a Bolsonaro ser uma indicação vinda de outro técnico do
governo, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto.
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