Enquanto o robô Curiosity, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), escava o solo de Marte, na Terra cientistas também exploram os mistérios do Planeta Vermelho, na busca por indícios de vida a 42 anos-luz de distância. Dois estudos publicados recentemente reforçam as evidências de que, no passado, a temperatura da superfície marciana, hoje oscilando entre -125ºC e 25°C, era propícia à existência de micróbios semelhantes aos que vivem em algumas regiões da Terra.
A partir de meteoritos que se desprenderam de Marte, astrofísicos da Universidade de Leicester e da Open University, ambas do Reino Unido, descobriram que a temperatura da água que já fluiu na superfície do planeta variava de 50ºC a 150ºC, faixa suportável por micróbios. Na Terra, há regiões vulcânicas, como as do Parque de Yellowstone, nos Estados Unidos, que atingem essa faixa de calor e abrigam micro-organismos.
“Com um microscópio eletrônico, nós investigamos os meteoritos com um grande nível de detalhamento para identificar os veios presentes nesses objetos”, diz John Bridges, pesquisador de ciências planetárias de Leicester e autor de um dos estudos, publicado no jornal Earth and Planetary Science Letters. “Os diferentes grupos minerais só podem se formar dentro de uma certa faixa de calor, de modo que foi assim que calculamos a temperatura da água em Marte”, conta.
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