Após quatro dias de julgamento marcados por tumultos e reviravoltas, o júri do caso Eliza Samudio, que ocorre no fórum de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), chega em seu momento decisivo nesta sexta-feira (23). Hoje, os sete jurados devem julgar os réus Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ex-braço direito do ex-goleiro, e Fernanda Castro, ex-amante de Bruno.
A decisão dos jurados causará implicações no julgamento de outros réus do processo, em especial de Bruno --apontado pela promotoria e, desde ontem, por Macarrão, seu amigo de infância, como o mandante da morte de Eliza.
O trabalhos estão previstos para começar às 9h, com debates entre defesa e acusação, que podem durar até cinco horas. Em seguida, os jurados se reúnem e sentenciam os réus. Por fim, a juíza determina as sentenças --que podem ultrapassar 30 anos, no caso de Macarrão.
O longo depoimento de Macarrão, entre a noite de quarta-feira e a madrugada de quinta-feira, causou uma reviravolta no caso: o réu, que até então negava a participação dele e de Bruno no desaparecimento de Eliza, mudou de versão e confessou ter levado a modelo para ser morta --a contragosto, segundo ele-- a mando de Bruno.
Com a confissão parcial e responsabilização do ex-goleiro, Macarrão pode se livrar das acusações de sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, crimes que ele nega, e poderá ser condenado por homicídio triplamente qualificado, e não mais como mandante do assassinato, mas sim como partícipe.
Macarrão poderá ainda ter a pena atenuada por conta da confissão e da delação de seu antigo amigo. Para o promotor Henry Castro, que promete pedir a condenação de todos os réus e de Macarrão pelos três crimes, a confissão só beneficia o próprio ex-amigo de Bruno, apesar de considerar que o depoimento dele foi relevante. A promotoria nega ter feito um acordo com a defesa do réu em troca da confissão.
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