A votação secreta nas sessões de
cassação de colegas malfeitores faz aflorar, entre os parlamentares, o
sentimento de compadrio, de corporativismo, de amizade e, também, de dó.
Quem o diz é o presidente da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao tentar justificar o
resultado da votação que livrou Natan Donadon (sem partido) da perda de
mandato na última quarta-feira. Ele cumpre pena de mais de 13 anos de
reclusão em um presídio de Brasília por desviar dinheiro da Assembleia
Legislativa de Rondônia, seu Estado.
No dia em que foi “absolvido” pelos
colegas deputados, ele fez um discurso na tribuna no qual reclamou das
condições e da comida da cadeia. Donadon acabou afastado do cargo e deu
lugar ao suplente depois de uma manobra regimental comandada por Alves.
O presidente da Câmara promete agora não
pôr mais em votação casos semelhantes – como os dos condenados no
julgamento do mensalão – enquanto não se aprovar o voto aberto. Nesta
entrevista ao Estado, Alves também diz que o PMDB estará com Dilma
Rousseff nas eleições de 2014. Abaixo, os principais trechos da
entrevista.
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