Homens livres de problemas relacionados
ao sono apresentam um risco menor de ter câncer de próstata do que
aqueles que têm dificuldades para dormir. Essa é a conclusão de um
estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que descobriu uma
relação entre níveis de melatonina, hormônio que ajuda a regular o sono,
e a probabilidade de uma pessoa desenvolver esse tipo de câncer.
A produção da melatonina é feita pela
glândula pineal, localizada no cérebro, e normalmente ocorre à noite. O
hormônio é fundamental para regularizar o relógio biológico e, assim,
regular sono, fome e diversas funções no organismo. Por isso, baixos
níveis de melatonina estão associados a problemas para dormir.
No novo estudo, a equipe recrutou 928
homens. Os participantes relataram se tinham ou não dificuldades para
dormir e tiveram suas amostras de urina analisadas para que os autores
medissem seus níveis de melatonina. Eles foram acompanhados durante sete
anos.
Segundo a pesquisa, os homens que
relataram ter problemas para dormir foram aqueles que apresentaram os
menores níveis de melatonina, reforçando a associação existente entre o
hormônio e a qualidade do sono.
Além disso, durante o período da
pesquisa, 111 participantes foram diagnosticados com câncer de próstata.
Os homens com os maiores níveis de melatonina no organismo, porém,
foram 75% menos propensos a receber o diagnóstico da doença do que os
que tinham os menores níveis do hormônio.
“A falta de sono e outros fatores podem
influenciar a quantidade de melatonina produzida, e problemas associados
à falta do hormônio, ao sono irregular e à desregulação do relógio
biológico são amplos, e incluem um potencial risco de câncer”, diz Sarah
Markt, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública de Harvard e
coordenadora do estudo.
A pesquisa foi apresentada nesta semana
durante a conferência sobre avanços nos estudos em torno do câncer de
próstata da Associação Americana para Pesquisa em Câncer, em San Diego,
Estados Unidos.
A melatonina é amplamente comercializada
como uma vitamina em países como os Estados Unidos e os da Europa, e
como remédio em lugares como Argentina e Chile. No Brasil, porém, ela
não pode ser comercializada pois não possui registro na Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o órgão, o último
pedido para registro da substância foi feito em 2003 e foi indeferido
por estar “em desacordo com a legislação vigente”. Não houve um novo
pedido desde então. No entanto, também não há uma proibição expressa ao
uso da substância, de forma que o paciente que desejar pode importá-la
para uso próprio.
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