Dos milhares de tipos de bactérias existentes na boca, muitas são
nocivas e podem desencadear diferentes doenças bucais. De acordo com
pesquisadores do Instituo Athlone de Tecnologia em Dublin, na Irlanda, o
óleo de coco, após modificado por enzimas, pode ser a nova alternativa
para inibir o crescimento de bactérias nocivas, sem nenhum efeito
colateral para o paciente.
Segundo o Dr. Pedro Augusto Benatti,
especialista em Periodontia e Ortodontia pela Universidade de São Paulo
(USP), a descoberta mostrou as propriedades antibacterianas e de combate
a leveduras claras do óleo de coco quando expostos a diferentes grupos
de bactérias, as chamadas cepas. “Na verdade, o óleo de coco modificado
por enzimas combateu todos os tipos de cepas bacterianas sem provocar
quaisquer efeitos colaterais negativos, ou promover o desenvolvimento de
bactérias “superresistentes” devido ao uso de antibióticos”, explica
Benatti.
O especialista ainda destaca que o aumento da resistência
de pacientes a antibióticos, devido ao uso constante, é a principal
importância de se pensar em tratamentos alternativos para infecções
microbianas. Um exemplo de bactéria nociva é o Streptococcus mutans,
principal “responsável” pelo acúmulo de placa bacteriana, que pode levar
a gengivite e cáries. De acordo com Benatti, a cárie afeta a saúde
bucal de 60 a 90% de crianças e adultos nos países industrializados.
Os
cientistas irlandeses acreditam que o óleo de coco modificado por
enzimas possuem qualidades antimicrobianas viáveis comercialmente e
podem auxiliar na melhora da saúde bucal de população. “A incorporação
de óleo de coco modificado por enzimas em produtos de higiene dental
seria uma alternativa interessante”, acredita Benatti. Para o
especialista, no entanto, o produto só estará acessível para a população
após novas pesquisas que avaliem a interação do óleo de coco com a
bactéria Streptococcus a nível molecular.
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