Mamografia: Estudo não encontra benefício do exame em comparação com avaliação física no médico entre mulheres de até 60 anos
Um novo estudo feito no Canadá concluiu
que submeter-se a mamografia todos os anos não diminui o risco de morte
por câncer de mama em comparação com realizar apenas exames físicos para
detectar a doença. A pesquisa, uma das maiores já realizadas sobre o
assunto, avaliou cerca de 90 000 mulheres de 49 a 59 anos ao longo de 25
anos.
Ainda segundo o trabalho, um em cada
cinco casos de câncer de mama diagnosticados pelo exame durante o estudo
não representava uma ameaça à saúde da mulher — ou seja, não
precisaria ser combatido com quimioterapia, radioterapia ou cirurgia.
A mamografia é indicada para a detecção
precoce de câncer de mama. Não há uma regra que determine a partir de
qual idade uma mulher deve ser submetida ao exame, ou com qual
periodicidade. O que existem são recomendações de entidades médicas e
órgãos públicos a partir de fatores econômicos e pesquisas consistentes
sobre o assunto. O Instituto Nacional do Câncer (Inca), por exemplo,
recomenda a mamografia a cada dois anos para mulheres entre 50 e 60
anos.
As diferentes diretrizes e a postura dos
médicos sobre a mamografia estão longe de alcançar um ponto em comum.
Por um lado, o exame pode detectar tumores potencialmente agressivos, de
modo que as pacientes comecem um tratamento precoce e aumentem suas
chances de sobreviver. Por outro, existe a possibilidade de haver
diagnósticos em excesso, ou seja, de detectar e tratar cânceres
inofensivos, que não apresentariam sintomas ou colocariam a vida da
paciente em risco.
No novo estudo, que começou em 1988,
parte das participantes foi submetida a mamografias e exames físicos
anuais durante cinco anos. Em um grupo de controle, ficaram as
participantes que fizeram apenas os exames físicos. Todas foram
acompanhadas ao longo dos anos seguintes.
Até o final do estudo, 3 250 mulheres do
grupo da mamografia e 3 111 do grupo de controle foram diagnosticadas
com câncer de mama, sendo que a doença resultou na morte de 500 e 505
delas, respectivamente. Ou seja, a taxa de mortalidade foi praticamente a
mesma. A pesquisa completa foi publicada nesta terça-feira no
periódico British Medical Journal.
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