O encontro do papa Francisco com movimentos populares, no Vaticano, teve
repercussão no mundo inteiro. No evento estavam representantes de
trabalhadores informais, migrantes, indígenas, agricultores sem-terra e
moradores de periferias. O chanceler da Pontifícia Academia das Ciências
Sociais, dom Marcelo Sánchez Sorondo, em entrevista, destacou que “os
movimentos populares são realmente um sinal daquilo que está acontecendo
no mundo”.
Ele acrescentou que esses movimentos
populares “estimulam” a Igreja. “Nos fazem compreender a realidade de
hoje, representam as consequências daquilo que acontece numa sociedade
como a nossa, onde se preocupa unicamente com o lucro e se deixa de lado
a pessoa. Então, são realmente o sinal daquilo que o papa chama de
globalização da indiferença”, ressaltou.
O chanceler lembrou que o papa olha para
os pobres e excluídos com uma atenção especial. “Onde há pobreza se
encontra, normalmente, uma moral mais genuína que não se tem onde há uma
grande riqueza, que produz escravidão de todos os tipos. Existe a
necessidade de recuperar essa instância radical do Evangelho, de colocar
a pessoa no centro, sobretudo a pessoa que sofre, os marginalizados, os
excluídos, aqueles que sofrem, os pobres”.
Dom Marcelo lembrou que esta é a
primeira vez que os movimentos populares são recebidos em Roma,
considerada o centro da Igreja. “E isso é um grande bem porque, se não
se abrem as portas aos excluídos, se não os escutamos, existe o risco de
gerar violência”, concluiu.
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