quinta-feira, outubro 15, 2015

Inadimplência em universidades sobe 22,4% no primeiro semestre, revela Serasa.

A inadimplência dos estudantes de ensino superior cresceu 22,4% no primeiro semestre de 2015 ante igual período do ano anterior, de acordo com estudo da Serasa Experian. Com essa alta, o setor reverteu uma tendência de queda do ano passado: em 2014, a inadimplência havia alcançado ligeira redução, de 0,9% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O crescimento da inadimplência no ensino superior foi maior que o da média dos consumidores. O índice geral encerrou o primeiro semestre de 2015 com crescimento de 16,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Os dados da Serasa estão em linha com as expectativas do setor de educação para este ano. Pesquisa do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) prevê que ao final de 2015 a inadimplência do ensino superior interrompa uma trajetória de pelo menos cinco anos de retração. A pesquisa detectou que em 2014 o porcentual de mensalidades com mais de 90 dias em atraso estava em 7,8%, mas estimou que esse indicador poderia chegar a 8,4% este ano.

Uma das explicações para este efeito são as mudanças recentes no programa de financiamento estudantil do governo, o Fies. Além da redução no número de vagas do Fies, a inadimplência pode ser afetada pela mudança nas inscrições no programa. Até o ano passado, era possível inscrever um estudante no Fies em qualquer período do ano. Isso fazia com que instituições pudessem encaminhar para o financiamento alunos que já estavam matriculados e que apresentavam dificuldade de pagar as mensalidades.

A Serasa Experian aponta ainda que o aumento da inadimplência com escolas em 2015 teve como causa o cenário econômico adverso à quitação das dívidas do consumidor. Inflação, aumento das taxas de juros e do desemprego contribuem para esse ambiente desfavorável.
Em outros níveis de ensino a inadimplência também subiu. Nas escolas de ensino fundamental e médio, o aumento no primeiro semestre foi de 25,9% na comparação com igual período do ano passado.

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