O papa Francisco aceitou nessa quarta-feira, 6, a renúncia do arcebispo
da Paraíba, d. Aldo Di Cillo Pagotto, de 66 anos, que dirigia a
arquidiocese desde maio de 2004 e só deveria aposentar-se em 2024, ao
completar 75 anos. D. Aldo vem sendo acusado há três anos de acobertar
casos de pedofilia, ao acolher em sua arquidiocese seminaristas
afastados de outras dioceses, supostamente pela prática de abusos.
As
denúncias foram investigadas em 2013 por d. Fernando José Monteiro
Guimarães, na época bispo de Garanhuns e atualmente arcebispo do
Ordinariado Militar do Brasil, como visitador apostólico. Após seu
relatório, o Vaticano proibiu d. Aldo de ordenar padres e diáconos e de
receber novos seminaristas. Em março, o arcebispo de Teresina, d.
Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, foi enviado a João Pessoa para ouvir
mais testemunhas do caso.
Segundo a Rádio Vaticano, a renúncia foi
aceita em conformidade ao cânone 401, do Código de Direito Canônico,
pelo qual "o bispo diocesano que, por doença ou por outra causa grave se
tiver tornado menos capacitado para cumprir seu ofício, é vivamente
solicitado a apresentar a renúncia do ofício". O papa nomeou d. Genival
Saraiva de França, bispo emérito de Palmares (PE), administrador
apostólico. Ele dirigirá a Arquidiocese da Paraíba até a nomeação do
novo arcebispo.
Em nota divulgada após a nomeação, d. Genival
agradece o trabalho de d. Aldo e afirma que a renúncia ao governo
diocesano não é demérito para nenhum bispo. Ele vinha exercendo o cargo
de vigário-geral da Arquidiocese de Olinda e Recife e chegará nesta
sexta, 8, a João Pessoa.
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