Aos 14 anos, uma menina com espinhas no rosto, sotaque gaúcho carregado e
muita força para tão pouca idade surpreendia ao virar titular da
seleção brasileira de judô. De 2007 para cá, Mayra Aguiar cresceu,
ganhou 10kg, amadureceu e construiu uma respeitadíssima carreira nos
tatames. Após o bronze em Londres 2012, o título mundial em 2014, só lhe
faltava o ouro em Jogos Olímpicos. A guria que virou mulher aos olhos
de quem acompanha o esporte chegou até a semifinal com duas vitórias
tranquilas, mas falhou na missão. Mayra foi derrotada na semifinal do
peso-meio-pesado (até 78kg) para a francesa Audrey Tcheumeo, por receber
duas punições contra uma da rival, na tarde desta quinta-feira. Sempre
lutadora, a gaúcha de 25 anos colocou a cabeça no lugar e voltou com
tudo para derrotar a cubana Yallenis Castillo, por yuko, na decisão do
bronze, na Arena Carioca 2 e pendurar a medalha no peito. Arquirrival de
Mayra, a americana Kayla Harrison bateu Tcheumeo na final e conquistou o
bicampeonato olímpico consecutivo. O outro bronze ficou com a eslovena
Anamari Velensek.
- Completei 25 anos e tenho muito caminho pela frente. Agora tem Japão
(Jogos de Tóquio 2020).
Saindo daqui, começa um novo ciclo. Saio feliz. Não consegui meu maior
objetivo, mas dei a volta por cima. É uma satisfação para o atleta
conquistar uma medalha olímpica. Pensei que não fosse sentir esse gosto
de novo. É um momento muito difícil virar a cabeça, esquecer a derrota e
entrar em uma nova competição. Ainda vou lutar muito. É mais uma para a
conta de medalhas olímpicas - comentou Mayra.
É o segundo pódio olímpico de Mayra, que também amealhou o bronze em
Londres 2012, e a terceira medalha do Time Brasil na Olimpíada do Rio, a
segunda no judô, após o ouro de Rafaela Silva. A primeira, de prata, veio no tiro esportivo, com Felipe Wu, na pistola de 10m.
A láurea de Mayra é a 21ª do judô nacional em Jogos Olímpicos,
aumentando a vantagem da arte marcial de origem japonesa na disputa com a
vela, que tem 17. Via g1.
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