O Ligue 180, número da Central de Atendimento à Mulher em Situação
de Violência, registrou um aumento de 133% nos relatos envolvendo
violência doméstica e familiar, no primeiro semestre deste ano, em
comparação ao mesmo período em 2015. A informação foi divulgada ontem
terça-feira (9) pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres,
órgão ligado ao Ministério da Justiça e Cidadania.
O balanço
aponta que, neste semestre, o serviço recebeu um total de 555.634
ligações, o que representa um acréscimo de 52% nos atendimentos em
geral. Nos relatos de violência, principal tipo de consulta à central,
estão casos sobre violência física (51,06%), violência psicológica
(31,10%), violência moral (6,51%), cárcere privado (4,86%), violência
sexual (4,3%), violência patrimonial (1,93%) - quando a pessoa não tem
acesso aos seus próprios bens - e tráfico de pessoas (0,24%).
Para a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes,
os números não refletem, necessariamente, o aumento da violência no
país, mas estão associados à maior procura por informação: "Os dados não
significam que está crescendo o número de estupros, ou de mulheres que
estão sendo muito mais espancadas ou violentadas. Mas, pode ser também
que elas se sintam muito mais encorajadas para procurar o [Ligue] 180".
Nos atendimentos realizados pelo Ligue 180, foi registrado um aumento
de 142% nos relatos de casos de cárcere privado, uma média de 18
registros por dia. Essa é a primeira vez que a secretaria associa esse
tipo de relato com a violência doméstica. "É muito triste percebermos
que vem aumentando [o número de relatos de cárcere privado], se
compararmos aos dados do ano passado", afirma a secretária.
O
balanço aponta ainda que 59,71% das mulheres que relataram casos
violência, no período, são negras."Os números mostram que as mulheres
negras são as que sofrem mais violência e precisamos romper com isso",
diz Fátima Pelaes.
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