Estamos comemorando os dez anos da criação da lei Maria
da Penha, criada na intenção de proteger as mulheres vítimas de
violência. A
verdade é que apesar da existência desta lei, muitas mulheres morrem diariamente, e o mapa da violência só cresce
Tivemos progresso sim, mas nesta lei muita coisa ainda deve ser mudada,
especialmente, o fato de muitas das mulheres que correm risco de morte,
terem de abandonar seus empregos, sua vida cotidiana e ter que ir viver
em casas de proteção. Lugar esse, cheio de regras, onde as mulheres já
fragilizadas pela a agressão física e psicológica, passam a não ter
acesso a telefones, somente em horários específicos, não podem ter
acesso a redes sociais e nem mesmo ao convívio da
própria família. São privadas de suas vidas, por não serem protegidas
pelo estado brasileiro, que não é capaz de garantir a integridade da
vítima, a não ser que esta esteja guardada a sete chaves. São presas,
para não serem presas fáceis de seu agressor.
Quando falo sobre essas mudanças é porque
em minha opinião, o homem violento é quem deveria ir para a cadeia, ou
passar por tratamento psicológico, em casas, ambiente fechado, sem
acesso a telefones, Internet e a família, ou seja,
um lugar parecido com as casas de proteção, criadas para trancafiar as
vítimas, justificando-se da falsa ideia de proteger.
Acontece que o agressor fica livre e as mulheres perdem o direito legal e constitucional de ir e vir.
Nildinha Freitas
Escritora
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