Quase um terço dos homens brasileiros
(31%) não tem o hábito de frequentar serviços de saúde para acompanhar
seu estado de saúde e buscar auxílio na prevenção de doenças e na
qualidade de vida. Pesquisa divulgada hoje (11) pelo Ministério da Saúde
mostra que as barreiras socioculturais interferem na prevenção à saúde e
que, em muitos casos, os homens pensam que não ficam doentes ou têm
medo de descobrir alguma alteração no organismo.
O levantamento foi feito por telefone em
2015 com mais de 6 mil homens cujas parceiras fizeram parto no Sistema
Único de Saúde (SUS). O estudo mostrou que, apesar de o pré-natal da
parceira ser o momento em que o homem está mais próximo dos serviços de
saúde, as consultas e os exames ainda são pouco aproveitado pelos
profissionais. A maioria dos homens (80%) disse que acompanha a parceira
nas consultas, mas 56% afirmaram que o atendimento teve foco apenas nas
orientações à gestante.
A partir dos resultados do estudo, o
ministério lançou nesta quinta-feira o Guia do Pré-Natal do Parceiro
para Profissionais de Saúde e o Guia da Saúde do Homem para Agente
Comunitário de Saúde. A primeira proposta consiste em aproveitar o
momento em que o homem está mais próximo do sistema de saúde,
acompanhando a parceira no pré-natal, para que ele adote hábitos
saudáveis e faça exames preventivos. O segundo tenta sensibilizar
agentes para levar os homens às unidades básicas de saúde e trabalhar a
prevenção.
“É uma instrução que estamos dando às
nossas equipes para tentar fazer com que os homens, que são arredios
para esse questão de prevenção à saúde, possam ser captados pelo nosso
sistema”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros. “Há uma diferença
extremamente significativa [na expectativa de vida de homens e mulheres]
e é preciso que façamos um esforço para diminuí-la”, acrescentou.
Entre os participantes, 80% tinham entre
20 e 39 anos, 67,3% afirmaram ter renda entre um e dois salários
mínimos, quase metade (49%) relatou ser casado e apenas 36,9%
completaram o ensimo médio. Via Paula Laboissière/Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário