O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou réu pela segunda vez
numa ação derivada das investigações da Lava-Jato, a primeira perante a
Justiça Federal do Paraná. O juiz Sérgio Moro aceitou nesta terça-feira
a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal,
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do
Guarujá e do armazenamento do acervo presidencial, pagos pela OAS.
Segundo a denúncia, Lula obteve R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas
que lhe foram pagas pela empreiteira, de forma dissimulada, em troca de
contratos com o governo federal. Entre 2003 e 2015, os contratos do
Grupo OAS com a administração pública federal somaram R$ 6,8 bilhões,
76% dos quais corresponderam a negócios com a Petrobras.
Moro também aceitou as denúncias contra a ex-primeira-dama Marisa
Letícia; o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto; e cinco pessoas
ligadas à empreiteira - o ex-presidente Léo Pinheiro e os executivos
Paulo Gordilho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fábio Hori Yonamine e
Roberto Moreira Ferreira.
No despacho, Moro afirmou que aceitar a denúncia não significa "juízo
conclusivo" e que é preciso fazer essa ressalva porque a presença do
ex-presidente Lula entre os acusados pode "“dar azo a celeumas de toda a
espécie", que devem ocorrer "fora do processo".
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