O Brasil terá, em 2016, a maior
contração entre as grandes economias do mundo e a queda deve continuar
em 2017. Relatório publicado na quarta-feira, 21, pela Conferência da
ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta que a queda do PIB
será de 3,2%.
No geral, o PIB mundial deve ter uma
expansão de 2,3%, abaixo do desempenho de 2015 e revelando a fragilidade
das estratégias de retomada do crescimento da economia mundial. “A
expectativa é de uma queda no crescimento nos EUA que pode ficar, pela
primeira vez em sete anos, abaixo daquele da União Europeia. Enquanto
isso, no Japão, persiste a estagnação. No Reino Unido, a recente
recuperação será negativamente afetada pelo Brexit.”
Entre os emergentes, a expansão será de
apenas 3,8%, a mais baixa desde 2009. “A perda de dinamismo econômico
nas economias avançadas está afetando os países em desenvolvimento, que
vão crescer, em média, menos de 4% este ano, cerca de 2,5 pontos
porcentuais abaixo da taxa alcançada durante o período pré-crise”,
indicou a ONU.
Entre as dez maiores economias do mundo,
apenas a do Brasil e a da Rússia sofrerão uma contração. No caso de
Moscou, ela será de 0,2%, depois de uma queda de 3% em 2015. Para a
economia brasileira, os dados revelam três anos de contração ou
praticamente de estagnação. Em 2014, o desempenho do PIB apontou para um
aumento de apenas 0,1%. No ano seguinte, a queda foi de 3,8%, o que
também colocou o Brasil como tendo o pior desempenho entre as maiores
economias do mundo. Agora, mais uma queda deve ser registrada. A
situação do Brasil está inclusive afetando as demais economias da região
latino-americana.
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