O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge,
chegou sábado (24) em Washington, nos Estados Unidos, para uma visita
cujo principal objetivo é evitar que o governo norte-americano imponha
barreiras à importação do aço brasileiro.
O ministro se reuniu
com membros do Conselho das Américas nesta segunda-feira (26) e, amanhã
(27), terá encontro com representantes da Câmara de Comércio dos Estados
Unidos. Também está marcada uma reunião com o secretário de Comércio
norte-americano Wilbur Ross. Segundo o ministro, o principal objetivo da
viagem é evitar a possibilidade de que o governo dos Estados Unidos
imponha barreiras ao comércio de aço. “O aço é a principal preocupação
no momento, por conta da premência da decisão potencial que poderá ser
tomada pelos americanos”, afirmou.
Marcos Jorge se referiu a um relatório lançado no dia 16 de fevereiro
pelo departamento de Comércio dos Estados, que afirmou que as
importações de aço e de alumínio ameaçam a segurança nacional do país. O
documento propunha três opções para a Casa Branca: uma tarifa global de
24% em todas as importações de produtos de quaisquer países, uma cota
para produtos de aço de quaisquer países, que seria de 63% em relação ao
que foi exportado para os Estados Unidos em 2017, ou uma tarifa de pelo
menos 53% em importações de 12 países, dentre os quais está o Brasil.
Segundo
o ministro, o objetivo da sua visita é que nenhuma das medidas seja
aplicada. Segundo ele, “toda e qualquer aplicação é ruim para o Brasil”,
mas a que menos impactaria negativamente seria a tarifa linear de 24%
para todos os países.
A expectativa, segundo o ministro, é
reverter uma possível decisão dos Estados Unidos por meio de argumentos
políticos, já que o comércio entre os países foi de US$ 51 bilhões no
ano passado e os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial
do Brasil. O governo norte-americano deve se posicionar sobre o tema até
o dia 19 de abril.
Segundo o ministro, os Estados Unidos
precisam da importação de aço do Brasil, já que 80% do que é exportado
para os norte-americanos é de aço semi-acabado, utilizado como insumo na
indústria de base dos EUA. Segundo o presidente do Instituto Aço
Brasil, que também está em Washington para as reuniões, a decisão seria
“um tiro no pé” para os norte-americanos.
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