O movimento 342 agora divulgou na tarde desta terça (27) um vídeo que
crítica a intervenção federal no território fluminense. Com a
participação de Caetano Veloso, Marcelo Freixo e outras personalidades, o
filme define como farsa a medida decretada no último dia 16 e conta com
a participação de especialistas de segurança, que defendem propostas
alternativas à solução adotada. “Segurança é coisa séria, mexe com a
vida das pessoas, não pode ser uma jogada”, afirmou Caetano, em alusão a
uma declaração recente do presidente Michel Temer.
“O Exército e a
Polícia Federal podem sim ajudar na segurança pública do Rio de
Janeiro, mas não com uma intervenção”, afirma no vídeo o deputado
estadual Marcelo Freixo (Psol). Segundo ele, a maior troca de
informações entre os serviços de inteligência dos órgãos de segurança
seria mais benéfica. Principalmente se fosse focada na questão do
tráfico de armas, que impacta diretamente no número de mortes. Vereadora
no Rio pelo mesmo partido, Mariele Franco solicita às autoridades a
criação de um plano nacional de segurança efetivo. Já o sociólogo
Ignacio Cano defende a regularização do pagamento do regime adicional de
serviço aos PMs, que assim poderiam colaborar no policiamento das zonas
mais conflagradas da cidade, e o redimensionamento das operações
militares, com o objetivo de reduzir os tiroteios e a violência letal.
Deputado federal pelo PPS, Alessandro Molon apontou a criação de uma
câmara de repressão ao crime organizado como algo positivo no atual
cenário carioca. “Segurança pública começa com segurança social, com
redução da desigualdade”, afirma no filme Ibis Pereira, ex-comandante da
Polícia Militar.
Mais do que apenas criticar a intervenção, os
participantes do vídeo recordam as dificuldades por que passam os
agentes de segurança fluminense. “Os policiais militares do Rio de
Janeiro trabalham em condições sub-humanas”, diz na gravação o sociólogo
Luiz Eduardo Soares. Por outro lado, fica claro o posicionamento contra
a intervenção enquanto solução dos problemas de segurança no Rio. “O
exército nas favelas é um remédio que já tomamos e não curou nossos
problemas”, justifica a cantora Teresa Cristina no filme. “Michel Temer e
o PMDB estão usando as Forças Armadas para ganhar poder num ano
eleitoral”, lembra a atriz Maeve Jinkings. “Você vai aceitar esse
jogo?”, indaga ela ao fim do filme.
Assista o vídeo.
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