O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, determinou hoje (26) que o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) adote providências legais e administrativas para
interromper os danos ambientais causados pela mineradora norueguesa
Hydro Alunorte, responsável pelo vazamento de rejeitos tóxicos no
município de Barcarena (PA), na região metropolitana de Belém.
Laudo do Instituto Evandro Chagas,
do Ministério da Saúde, apresentado na semana passada, comprovou que um
depósito de resíduos da mineradora transbordou no fim de semana
anterior despejando uma quantidade ainda incerta de efluentes tóxicos no
meio ambiente. De acordo com o documento, o vazamento coloca em risco a
saúde de moradores de pelo menos três comunidades da região: Bom
Futuro, Vila Nova e Burajuba.
“Frente a essa comprovação, nós
determinamos ao Ibama que tomasse todas as medidas legais possíveis,
inclusive embargo [das atividades da empresa] e multas pesadas, para que
fatos como esse não ocorram novamente”, declarou Sarney Filho em
entrevista coletiva. O ministro destacou que o licenciamento ambiental
para a operação da empresa foi concedido pelo governo do estado e não
pelo governo federal.
Segundo Sarney Filho, por causa da
contaminação por metais pesados, a população local está sem
abastecimento de água potável. “A empresa vai ter que se explicar e
responder pelos danos ambiental e social que está promovendo na região”,
acrescentou o ministro, que afirmou ter “convicção pessoal” de que,
pela gravidade do vazamento, o Ibama deverá embargar as atividades da
empresa por prazo indeterminado. Sarney Filho disse que a autarquia
ambiental federal deverá anunciar medidas nas próximas 48 horas.
As famílias atingidas pelo vazamento dos resíduos tóxicos em depósitos da mineradora começaram a receber água potável na noite de sexta-feira (23). A determinação havia sido dada pelo governo do estado.
A
Hydro Alunorte é considerada a maior refinaria de alumina do mundo e
opera em Barcarena desde 1995. Segundo a empresa, a maior parte de sua
produção (86%) é destinada ao mercado internacional, abastecendo dez
países.
Procurada pela Agência Brasil após as declarações do
ministro do Meio Ambiente, a mineradora negou que tenha havido vazamento
ou transbordamento de resíduos sólidos de sua produção e disse que está
colaborando com as autoridades locais para distribuir água potável à
população afetada por inundações na região.
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