O Ministério da Educação (MEC) começou a adotar uma “nota de corte”
para medir o “nível adequado” de aprendizado em português e matemática
para o ensino fundamental e médio.
Desde 1995, os estudantes das escolas brasileiras fazem exames do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). De acordo com o
desempenho, os estudantes eram distribuídos em até dez níveis – sem
estipular a partir de qual deles o aprendizado era considerado
suficiente.
Neste ano, pela primeira vez, o MEC estipulou o nível 7 como o mínimo
adequado. Os parâmetros, no entanto, surpreenderam especialistas por
serem mais rígidos que o de avaliações semelhantes aplicadas no país e
no exterior. Na avaliação de pesquisadores, com a nova escala, a situação da educação brasileira parece pior do que a realidade.
"Experiências consideradas exemplares até 2015 se tornaram fracassos
com a nova metodologia", diz o ex-presidente do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Francisco
Soares, que é integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE).
O Saeb é aplicado a estudantes do 5º e do 9º ano do ensino
fundamental e do último ano do ensino médio que fazem provas
de português e matemática.
De acordo com a nova classificação divulgada pelo MEC, até o nível 3,
o aprendizado é considerado insuficiente e, até o 6, básico.
Segundo Soares, essa síntese facilita o uso dos dados para o
planejamento pedagógico das escolas e das redes de ensino, assim como a
comunicação com a sociedade. No entanto, os pontos de corte que
definiram os níveis produziram uma mudança drástica no diagnóstico da
realidade educacional brasileira.
"Na realidade, não ocorreu nenhum desastre educacional nos últimos
dois anos, mas apenas a introdução de uma forma equivocada de sintetizar
os dados da Prova Brasil [como também é chamado o Saeb]", opinou.
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