O ensino médio é o grande gargalo da educação básica brasileira. É a
etapa de ensino que concentra os piores indicadores escolares: altas
taxas de abandono, alta porcentagem de repetência e piores índices de
aprendizagem. Melhorar esses índices, ampliar a carga-horária de
estudos, aumentar o aporte de recursos e tornar a etapa mais atrativa
para jovens conectados serão desafios do próximo governante.
Sete em cada 10 estudantes não aprendem o básico em português e matemática,
segundo indicadores divulgados recentemente pelo Ministério da Educação
(MEC). Na outra ponta, apenas 4,5% dos estudantes alcançaram um nível
de aprendizagem considerada adequado pelo MEC em matemática e 1,6% em
língua portuguesa.
Segundo a presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz,
o desafio do próximo presidente na educação é garantir que todos os
estudantes aprendam. “O Brasil quase universalizou o acesso. Agora
precisamos universalizar a aprendizagem”, afirmou.
Após cursar apenas o 1º ano do ensino médio - a etapa tem geralmente três anos, mas pode ter quatro -, quase um a cada quatro estudantes (23,6%) repete de ano ou abandona a escola.
“Hoje, o ensino médio é para poucos, é um ensino médio excludente”,
afirmou a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole, que
participou da elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio de 1999, na área de ciências da natureza e matemática.
“Algo precisa ser feito. Acredito muito que esse ensino médio, no modelo
que está, não atende”, disse.
Cerca de 81% das matrículas do ensino médio estão concentradas nas
escolas públicas estaduais, ou seja, a cargo prioritariamente dos
governos estaduais.
“O ensino médio é uma das etapas mais caras. O país vai ter que
investir mais. Tanto no nível estadual quanto federal, o Brasil vai ter
que fazer esforço para aportar recursos para o ensino médio”, defendeu o
vice-presidente da região Sudeste do Conselho Nacional de Secretários
de Educação (Consed), Haroldo Rocha.
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