Uma mulher foi assassinada após postar em uma rede social uma mensagem
que desagradou a traficantes do Complexo do Caju, na Zona Norte do Rio,
onde ela vivia. A ordem para executá-la partiu do chefe do crime na
área, que está preso. O Ministério Público pediu a prisão dos
envolvidos.
Helen Alves de Oliveira publicou postagem no dia 27 de fevereiro
dizendo que um traficante armado em um ponto de venda de drogas assume o
risco de morrer em um confronto com policiais.
A “sentença” veio seis dias depois: após ser condenada à morte pelos
criminosos, no dia 5 de março ela foi espancada, torturada e
esquartejada. Seu corpo foi queimado, o que dificultou a identificação.
De acordo com as investigações da Polícia Civil e do Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), o responsável por ordenar a
morte de Helen foi o traficante Luiz Alberto Santos de Moura, conhecido
como Bob do Caju, considerado o chefe do crime na área.
Além dele, outras seis pessoas foram denunciadas por homicídio
duplamente qualificado: por motivo torpe e impossibilidade de defesa da
vítima, além do crime de ocultação de cadáver.
Entre estes acusados está uma mototaxista que ficou responsável por
monitorar os passos da vítima e passar para os assassinos. O MP-RJ pediu
a prisão preventiva dos sete acusados e espera uma posição da Justiça.
“Infelizmente, esse monitoramento do tráfico de drogas chegou ao nível
eletrônico, das redes sociais. E hoje essas pessoas que são dominadas
pelo tráfico, pela criminalidade, não podem nem manifestar o seu
descontentamento pela violência brutal dos traficantes. Porque eles
reforçam mais essa brutalidade, cometendo esse crime bárbaro. O que
reforça esse império do silêncio que vigora nas nossas comunidades
fluminenses”, explicou o promotor Sauvei Lai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário