A todo momento e em qualquer lugar, pessoas conectadas em
rede podem interagir com facilidade. Mas como utilizar a acelerada interlocução
das redes sociais em prol da educação? O professor de Matemática Michel Silva
dos Reis desenvolveu uma pesquisa com esse viés. Intitulado O ensino e a aprendizagem de matrizes no
contexto da resolução de problemas e da plataforma Whatsapp, o
estudo foi defendido no Programa de Pós-Graduação em Docência em Educação em
Ciências e Matemáticas (PPGDOC/IEMCI), com orientação do professor Osvaldo dos
Santos Barros.
A pesquisa foi elaborada com os alunos da Educação de
Jovens e adultos (EJA) do Ensino Médio, no período de junho a agosto de 2016. A
turma era composta por 25 alunos da segunda etapa do Ensino Médio (segundo e
terceiro anos condensados), moradores do bairro Bengui, com idade entre 22 e 52
anos. “Como os alunos utilizavam muito o Whatsapp e
ficavam dispersos em sala de aula, achei pertinente utilizar esse meio de
comunicação para discutir Matemática. Então a pergunta da pesquisa seria: como
utilizar o Whatsapp como forma de estudar
a Matemática (especificamente Matrizes) e dar mais autonomia aos estudantes?”,
explica Michel Reis.
A escolha do conteúdo Matrizes deu-se pelo interesse dos
alunos e pela relevância do estudo. O pesquisador explica que as aulas com
turmas da modalidade de aceleração da escolarização não podem ter
características de aula comum. É necessária uma motivação diferenciada. Na
busca por essa motivação, os elementos encontrados foram o Whatsapp e o método de
Resolução de Problema do teórico George Polya, que propõe quatro passos para
resolver os problemas matemáticos.
O Método de Resolução de Problemas foi trabalhado em sala
de aula. O primeiro passo foi entender o problema, o segundo foi traçar um plano
para esse problema, o terceiro foi executá-lo e o último foi fazer um
retrospecto. No contexto do Whatsapp o
professor era o mediador, “Nós fazíamos uma sala de aula ampliada. As dúvidas e
outras discussões eram resolvidas na plataforma Whatsapp. Os alunos trabalharam
dialogicamente no grupo virtual desenvolvendo as atividades pedagógicas
apresentadas, como num fórum de discussão. Eles interagiram trocando mensagens
ou fotos, enviando respostas aos questionamentos propostos, além de fazerem
pesquisas”, relata o professor.
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