Embora a comercialização do ‘vale-refeição’ ou ‘vale-alimentação’
seja uma prática inapropriada, ela tem sido bastante comum entre os
trabalhadores brasileiros. De acordo com um levantamento realizado pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 39% dos consumidores que recebem o
benefício possuem o hábito de vender seus tíquetes, dos quais quatro em
cada dez (44%) usam o valor para pagar as contas. Por outro lado, 61%
garantem nunca recorrer a essa prática — percentual que é maior nas
classes A e B (75%).
Outras razões estão ligadas a esse comportamento de transformar o
benefício em dinheiro, que não apenas a necessidade de complementar o
orçamento, segundo a pesquisa. Fazer compras foi a principal finalidade
apontada por 36% dos entrevistados, enquanto 21% disseram guardar o
valor que recebem e 17% reservam para atividades de lazer.
Por ser um benefício que o empregador oferece aos trabalhadores, o
vale-refeição tem como uso exclusivo a alimentação e não pode ser
desviado de sua finalidade, de acordo com o “Programa de Alimentação do
Trabalhador (PAT)”. “Além da prática ser inapropriada, trocar o tíquete
refeição por dinheiro pode ser um mau negócio do ponto de vista
financeiro. Quem compra, costuma cobrar um percentual, levando o
trabalhador a perder parte do valor do benefício”, explica a
economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
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