Desde o início do ano, 119
mulheres foram vítimas de feminicídio e 60 de tentativa de feminicídio
no Brasil, o que significa uma média de 6 mortes por dia. Os dados são
de levantamento feito pela Folha de S. Paulo, divulgado nesta
sexta-feira (8), data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.
A pesquisa mostra ainda que, em 71% dos casos, os agressores são o
atual ou ex-companheiro da vítima. De cada 4 suspeitos, 1 tinha
histórico de violência ou antecedentes criminais.
“A violência contra a mulher não ocorre uma só vez. Ao contrário, é
padrão de comportamento daquele homem no relacionamento com suas
parceiras e com outras mulheres”, diz a promotora Valéria Scarance,
coordenadora do Núcleo de Gênero do Ministério Público de São Paulo.
Os números compilados pela Folha constam em estudo feito pelo
advogado Jefferson Nascimento, pesquisador da Universidade de São Paulo
(USP). Ele se baseou em casos publicados na imprensa brasileira.
A análise abrange crimes ocorridos em 25 estados e ainda detalha o
perfil das vítimas e dos agressores. Elas têm em média 33 anos, enquanto
os criminosos têm pouco mais de 38 anos.
Sobre a motivação, o inconformismo com o fim do relacionamento
aparece no topo da lista (18%), seguido de brigas, ciúmes ou suposta
traição (25%).
Dos casos analisados pela Folha, pelo menos 11 culminaram no suicídio do agressor. Em 15 deles, crianças presenciaram o crime.
A juíza aposentada Maria Berenice Dias, autora de “A Lei Maria da
Penha na Justiça” e referência no combate à violência contra a mulher,
fala sobre a importância da conscientização e do empoderamento feminino.
“Empoderadas, as mulheres são incentivadas a não ficarem em
relacionamentos abusivos. Esses rompimentos colocam a vida das mulheres
em risco. A vontade da mulher acaba, como sempre, não sendo respeitada”,
salienta.
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