Um laudo feito por peritos indicados pela Justiça Federal diz que o homem que tentou matar o presidente Jair Bolsonaro
(PSL) sofre de uma doença mental. Segundo o documento, Adélio Bispo de
Oliveira, que confessou o ataque cometido em 6 de setembro de 2018, não
pode ser punido criminalmente pelo fato. As informações foram obtidas
pela TV Globo junto a pessoas com acesso à investigação.
A Justiça Federal já aceitou a denúncia contra Adélio por prática de atentado pessoal por inconformismo político e o tornou réu, mas ainda não julgou o caso. Ele está preso provisoriamente desde o dia do crime, tendo sido transferido para o presídio de segurança máxima de Campo Grande dois dias depois.
O laudo, entregue à Justiça no último mês, aponta que o agressor tem a
doença chamada transtorno delirante permanente paranoide e, por isso,
conforme o documento, foi considerado inimputável. Diz ainda que, em
entrevistas com psicólogos e psiquiatras, Bispo afirmou que não cumpriu
sua missão, e que saindo da cadeia iria matar o presidente.
O procurador da República Marcelo Medina informou ao G1
que a perícia médica pedida pela Justiça Federal resultou em dois
laudos: um psiquiátrico e um psicológico, que divergem entre si. A data é
de 15 de fevereiro. Há também divergências em relação ao laudo
psiquiátrico particular apresentado pela defesa de Adélio no ano
passado.
Segundo o MPF, há algumas divergências nas conclusões, mas não disse
quais. “Sobre o teor dos laudos, nada posso informar. Divergem quanto a
questões relevantes, não posso dizer quais e por que são relevantes,
porque o processo de incidente de insanidade mental está em sigilo”,
disse o Medina. No dia 22 de fevereiro, ele se manifestou no processo,
solicitando esclarecimentos.
O laudo oficial deve subsidiar a análise pela Justiça de um
procedimento para investigar a sanidade mental do acusado, apresentado
pela defesa e que caminha junto com a ação penal na 3ª Vara Federal de
Juiz de Fora.
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