O Ligue 180, central do governo federal que recebe denúncias de
violações contra os direitos das mulheres, recebeu, nos primeiros dois
meses do ano, 17.836 notificações, 36,85% superior ao constatado em
2018, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
(MMFDH).
No mesmo período do ano passado, foram computadas pela central 11.263
denúncias, um pouco menor na comparação com 2017, quando 12.368
violações contra as mulheres foram comunicados ao Ligue 180.
Em nota, a pasta esclareceu que, este ano, considerou os registros
feitos até último dia 26, e que os episódios envolvem cárcere privado,
feminicídio, trabalho escravo, tráfico de mulheres e violências física,
moral, obstétrica e sexual. O ministério informou ainda que os estados
com maior incidência de casos foram Rio de Janeiro (3.543), São Paulo
(3.263), Minas Gerais (2.122), Bahia (1.232) e Rio Grande do Sul
(1.033).
No ranking anual, fechado em 2018, aparecem no topo São Paulo
(16.802), Rio de Janeiro (15.178), Minas Gerais (9.810), Bahia (6.716) e
Distrito Federal (5.836).
Ao final de 2018, o Ligue 180 havia recebido 92.323 denúncias. Já no
ano anterior, a central encerrou os trabalhos com um total de 73.669
casos reportados.
Para a secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Tia Eron, a
central contribui para que o governo possa definir quais políticas
públicas devem ser priorizadas. “A Secretaria Nacional de Políticas para
Mulheres tem como prioridade elaborar e implementar políticas públicas
para o enfrentamento da escalada da violência contra as mulheres, com
ações eficazes que propiciem a promoção da autonomia feminina e a
segurança necessárias à garantia dos seus direitos. O Ligue 180 tem
papel imprescindível por se tratar de um importante canal de coleta de
dados para a formulação de políticas públicas e para a articulação da
Rede de Proteção às Mulheres em Situação de Violência”, disse a
secretária.
Gratuito, o Ligue 180 funciona 24 horas por dia, todos os dias da
semana, no Brasil e em outros 16 países: Argentina, Bélgica, Espanha,
França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo,
Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela e nos Estados
Unidos, em São Francisco e Boston. O serviço, que também pode ser
acionado por meio do aplicativo Proteja Brasil, além de registrar
denúncias de violações contra mulheres, encaminhá-las aos órgãos
competentes e realizar seu monitoramento, dissemina informações sobre
direitos da mulher, amparo legal e a rede de atendimento e acolhimento.
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