Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostra que as mulheres ganham menos do que os homens em todas as
ocupações selecionadas na pesquisa. Mesmo com uma queda na desigualdade
salarial entre 2012 e 2018, as trabalhadoras ganham, em média, 20,5%
menos que os homens no país.
“As maiores proximidades de rendimento, ainda que não haja igualdade,
ocorreram no caso dos professores do ensino fundamental, em que as
mulheres recebiam apenas 9,5% menos que os homens”, afirmou a analista
da Coordenação de Trabalho do IBGE, Adriana Beringuy.
Em seguida, destacam-se os dos trabalhadores de central de
atendimento e de limpeza de interiores de edifícios, escritórios e
outros estabelecimentos: as mulheres recebiam, respectivamente, 12,9% e
12,4% menos que os homens.
Entretanto, estão na agricultura e nos comércios varejistas e
atacadistas as maiores desigualdades salariais entre homens e mulheres.
As mulheres agricultoras e as gerentes de comércios varejistas e
atacadistas, recebem, respectivamente, 35,8% e 34% menos que os homens.
O estudo do IBGE feito para o Dia Internacional da Mulher teve como
base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua) de 2018. Ele mostra que a diferença entre carga horária diária
trabalhada de homens e mulheres vem diminuindo.
“Verificamos isso todos os anos, essa diferença já foi de seis horas.
É uma característica do mercado de trabalho, uma vez que isso indica
apenas as horas nesse setor”, disse Adriana Beringuy. Entretanto, este
resultado se deu muito mais por conta de uma redução na carga horária de
trabalho dos homens. Em 2012, a diferença era de 6h, mas caiu em 2018
para cerca de 4h48min.
Adriana ressalta, no entanto, que a jornada apresentada na pesquisa
não reflete de fato o que a mulher trabalha em todo o seu dia. “A menor
jornada da mulher no mercado de trabalho está associada às horas
dedicadas a outras atividades, como os afazeres domésticos e os cuidados com pessoas”, afirmou.
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