A Justiça Eleitoral da Turquia anulou ontem (6) a eleição municipal
de Istambul, que no final de março marcou uma contundente derrota para o
presidente Recep Tayyip Erdogan e encerrou um ciclo de mais de 20 anos
de hegemonia do grupo político do mandatário na administração da
cidade.
Segundo a agência de notícias estatal Anadolu, a Justiça
Eleitoral determinou ainda a realização de um novo pleito na cidade, a
maior da Turquia. A decisão atendeu a um pedido da legenda de Erdogan, o
Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), que havia apontado
supostas irregularidades no pleito vencido pelo oposicionista Ekrem
Imamoglu.
A eleição municipal ocorreu em 31 de março. Na ocasião, o opositor
Partido Republicano do Povo (CHP) conseguiu desbancar o candidato de
Erdogan por uma diferença de 0,16% – menos de 14 mil votos.
Não foi a única derrota de Erdogan, que formou sua base política em
Istambul após governar a cidade nos anos 1990. Seu partido também perdeu
em Ancara, a capital do país, e falhou em desbancar a oposição do
controle de Izmir, a terceira maior cidade da Turquia.
Segundo a Anadolu, 7 dos 11 membros do Conselho Superior
Eleitoral da Turquia votaram a favor de uma nova eleição em Istambul. Em
seu pedido, o AKP apontou problemas na contagem de votos, discrepâncias
entre o número de votos e o de eleitores registrados, entre outras
suspeitas.
A decisão da corte deve aumentar a tensão na Turquia, que tem sido
palco de conflitos sociais por causa da má situação econômica do país e o
crescente autoritarismo de Erdogan. A nova eleição está prevista para
ocorrer em 23 de junho.
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