Fiscalização realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 506
hospitais públicos, no ano passado, encontrou inconformidades nas
unidades desde a falta de materiais e medicamentos básicos até centros
cirúrgicos que não tinham área para higienização.
Os dados, divulgados hoje (9), em São Paulo, fazem parte do primeiro
levantamento feito pelo conselho após a entrada em vigor do novo Manual
de Vistoria e Fiscalização da entidade, em 2016, que estabelece
critérios para a fiscalização em centros cirúrgicos, unidades de
terapias intensivas, salas de recuperação pós-anestésica e unidades de
internação, avaliando as condições estruturais, físicas e de
equipamentos.
Na pesquisa, foram analisados 102 centros cirúrgicos, dos quais 3%
não contavam com área para higienização das mãos, o que foi classificado
como falta grave, “já que essa falha é fonte certa de infecção
hospitalar”, de acordo com o CFM.
Nas 102 salas cirúrgicas, 33% não tinham foco cirúrgico com bateria;
22% não tinham negatoscópio para a leitura de imagens; 16% também não
contavam com carro para anestesia ou monitor de pressão não invasivo; e
12% não dispunham de equipamentos básicos como fio guia e pinça
condutora.
Já 44% não possuíam fonte fixa de óxido nitroso, usado em
procedimentos anestésicos, e em 21% também faltava a fonte de oxigênio.
Em 43% dos centros cirúrgicos, não havia capnógrafo, aparelho que
monitora o dióxido de carbono exalado pelo paciente durante cirurgias, e
em 28% faltavam dispositivos para a realização de traqueotomia.
Nas salas de recuperação pós-anestésica, o CFM avaliou que a situação
também é de grande precariedade: 28% dos centros cirúrgicos não tinham
salas de recuperação pós-anestésica, sendo que em 18% faltavam oxímetros
e em 19% não havia carrinhos de emergência. Faltavam ainda medicamentos
básicos, como brometo de ipratrópio (15%), escopolamina (15%),
diclofenaco de sódio (13%) e haloperidol (12%).
Para o coordenador do Departamento de Fiscalização do CFM (Defis),
Emmanuel Fortes, os primeiros resultados das fiscalizações realizadas a
partir do Manual de Vistoria e Fiscalização em hospitais, mostram que o
CFM, ao ampliar seu arsenal fiscalizatório, pode fazer “um diagnóstico
preciso das inconformidades para exigir soluções dos administradores e
gestores”.
Ressaltou que, ao fortalecer a fiscalização dos ambientes médicos, o
CFM cumpre sua previsão legal e “atende às expectativas dos médicos e da
população”.
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