O sonho do “viveram felizes para sempre” esteve muito associado às
mulheres ao longo do tempo, mas a realidade mostra uma outra história:
são elas quem mais entram com o pedido de divórcio na Justiça. Confira o
que a pesquisa do IBGE descobriu.
PESQUISA IBGE SOBRE DIVORCIO
Segundo o IBGE, a diferença é grande. Os últimos dados disponíveis
mostram que o sexo feminino solicitaram pelo divórcio mais de 13 mil
vezes no último ano, enquanto eles foram responsáveis por pouco mais de 5
mil pedidos. Nos Estados Unidos, a situação é igual: pesquisa da
Stanford University aponta que as mulheres dão início a 69% dos pedidos
de divórcio, contra 31% dos homens.
Para a advogada especializada em Direito Humanizado nas áreas de Família e Sucessões, Debora Ghelman, os números, na verdade, refletem a evolução na conquista de direitos da mulher.
“Não existe mais aquele estigma de antigamente, da mulher desquitada.
As leis foram evoluindo muito. Antigamente, era necessária a prova de
culpa, como por exemplo uma traição, e só podia divorciar uma vez na
vida. A mulher tinha menos controle sobre si e, com o tempo, as coisas
foram mudando e elas passaram a ter mais atitude nesse momento”,
comenta.
OUTROS MOTIVOS
A facilidade para entrar com o pedido
também se tornou um grande encorajador, aponta a especialista. “Acredito
que há uma série de motivos para esse fenômeno, inclusive o fato de que
atualmente não é necessária a prévia separação de um a dois anos para
entrar com o pedido de divórcio, prazo exigido antigamente. Agora, em
casos sem filhos menores e consensuais, basta ir no cartório”, comenta.
Algumas pesquisas também indicam que uma possível razão para as
mulheres estarem mais infelizes nos casamentos é que a instituição ainda
privilegia os homens. A mulher continua assumindo mais funções do que
eles dentro casamento, sendo responsáveis não só pelo seu trabalho, mas
também pela parte doméstica, dos filhos e até do marido. “Ainda é comum a
gente ouvir esses relatos, inclusive de ‘ter que cuidar do cônjuge’.
Então, é natural que ela fique mais sobrecarregada, o que não contribui
para o casamento, claro”, diz Debora.
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