sexta-feira, setembro 27, 2019

Mulheres são as que mais pedem divórcio no Brasil.

O sonho do “viveram felizes para sempre” esteve muito associado às mulheres ao longo do tempo, mas a realidade mostra uma outra história: são elas quem mais entram com o pedido de divórcio na Justiça. Confira o que a pesquisa do IBGE descobriu.

PESQUISA IBGE SOBRE DIVORCIO
Segundo o IBGE, a diferença é grande. Os últimos dados disponíveis mostram que o sexo feminino solicitaram pelo divórcio mais de 13 mil vezes no último ano, enquanto eles foram responsáveis por pouco mais de 5 mil pedidos. Nos Estados Unidos, a situação é igual: pesquisa da Stanford University aponta que as mulheres dão início a 69% dos pedidos de divórcio, contra 31% dos homens.

Para a advogada especializada em Direito Humanizado nas áreas de Família e Sucessões, Debora Ghelman, os números, na verdade, refletem a evolução na conquista de direitos da mulher.

“Não existe mais aquele estigma de antigamente, da mulher desquitada. As leis foram evoluindo muito. Antigamente, era necessária a prova de culpa, como por exemplo uma traição, e só podia divorciar uma vez na vida. A mulher tinha menos controle sobre si e, com o tempo, as coisas foram mudando e elas passaram a ter mais atitude nesse momento”, comenta.

OUTROS MOTIVOS
A facilidade para entrar com o pedido também se tornou um grande encorajador, aponta a especialista. “Acredito que há uma série de motivos para esse fenômeno, inclusive o fato de que atualmente não é necessária a prévia separação de um a dois anos para entrar com o pedido de divórcio, prazo exigido antigamente. Agora, em casos sem filhos menores e consensuais, basta ir no cartório”, comenta.

Algumas pesquisas também indicam que uma possível razão para as mulheres estarem mais infelizes nos casamentos é que a instituição ainda privilegia os homens. A mulher continua assumindo mais funções do que eles dentro casamento, sendo responsáveis não só pelo seu trabalho, mas também pela parte doméstica, dos filhos e até do marido. “Ainda é comum a gente ouvir esses relatos, inclusive de ‘ter que cuidar do cônjuge’. Então, é natural que ela fique mais sobrecarregada, o que não contribui para o casamento, claro”, diz Debora.

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