segunda-feira, julho 06, 2020

Interdição de aeronaves clandestinas cresce mais de cinco vezes desde 2017.

O que o acidente de uma aeronave que caiu interior de São Paulo em dezembro de 2016 — com quatro pessoas mortas, uma delas grávida e outra prestes a se casar —, o do cantor Gabriel Diniz e do jornalista Ricardo Boechat, ambos em 2019, têm em comum? Em todas essas tragédias, as investigações identificaram indícios da prática de táxi-aéreo clandestino, ou seja, voos feitos por aeronaves sem autorização para oferecer serviço de táxi aéreo.

A CNN apurou a prática de táxi-aéreo clandestino no Brasil ao longo de dois meses. As reportagens, que serão publicadas ao longos dos próximos dias, identificaram irregularidades que levaram à interdição de ao menos duas aeronaves, abertura de multas e investigações contra empresas e encaminhamento de ao menos duas denúncias ao Ministério Público Federal. Uma das empresas investigadas nesta série também teve a cassação determinada, mas ainda cabe recurso.

O número de interdições de aeronaves pelo poder público por causa da prática de táxi-aéreo “pirata” cresceu em 2019. Dados obtidos pela CNN em um relatório interno apresentado pela Anac no fim do ano passado a entidades do setor aéreo apontam que o número de aeronaves interditadas cautelarmente foi de 39, em 2018, para 227, em 2019, um aumento de 482%.

Nos últimos quatro anos, também foram registrados 14 acidentes em voos piratas e ao menos 14 pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas, aponta um cruzamento de dados feito pela CNN a partir de planilha da Anac. Foram considerados somente os casos em que a agência verificou indícios de irregularidades e levou os processos a julgamento. Mas esses números podem ser bem maiores, já que autoridades admitem ter grande dificuldade em comprovar um Taca, que só é configurado como uma irregularidade se for possível comprovar que houve pagamento.

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