sábado, outubro 18, 2014

Unificação de PIS e Cofins pode prejudicar serviços.

A proposta de unificação e simplificação do PIS e da Cofins deixou o setor de serviços em estado de alerta. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o governo editará, ainda neste ano, uma medida provisória para tratar do assunto, o que deve beneficiar indústria e comércio. Apesar de não haver detalhes da proposta, o setor estima um aumento de R$ 35,2 bilhões na carga tributária dos serviços e luta para ficar fora das mudanças.

O prejuízo, de acordo com um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), ocorreria porque as empresas de serviços adotam atualmente o regime cumulativo, que não permite a dedução de créditos tributários e pagam alíquota de 3,65% sobre a receita líquida, somando o PIS e a Cofins.

Com a reforma tributária, a expectativa do setor de serviços é que o chamado sistema não cumulativo, que permite a dedução, se torne a única opção e a alíquota passe a 9,25%. Esse porcentual considera a hipótese de não haver mudança na alíquota dos tributos, mas a elevação já chegou a ser discutida pela equipe econômica em outros momentos.

No regime não cumulativo, insumos podem gerar créditos tributários a serem deduzidos da carga de tributos devida pelas empresas, o que torna a mudança benéfica para a indústria, por exemplo. As empresas de serviço alegam que serão prejudicadas com uma elevação da carga tributária porque gastam a maior parte de seus recursos com mão de obra, o que não gera crédito.

“Na prática, significa triplicar a tributação para o setor. Se quiserem fazer pacote de bondade, façam para indústria e comércio e deixem serviços fora”, diz Mario Berti, presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), que representa mais de 400 mil empresas da área de serviços.

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