O apoio tardio de Marina Silva a Aécio Neves, depois de uma
negociação interminável, não rendeu votos ao tucano, mas parece ter
provocado uma transferência sensível de humor.
Aécio está incorporando o coitadismo de Marina.
Depois do número do dedo em riste (“leviana!”) no debate com Dilma, o
candidato do PSDB reclamou que é “vítima de ódio e rancor”.
Estão sendo ditas “mentiras, infâmias e calúnias” sobre ele. É uma
campanha desesperada, “que não consegue olhar para o futuro. Ela olha
para o passado”.
Para Aécio, esse é “o modus operandi do PT. Minas Gerais é o estado
que tem o maior número de municípios em todo Brasil e temos a melhor
educação fundamental do Brasil”.
A vitimização é um jogo de cena que foi bastante usado por Marina no
primeiro turno. Ela ainda tinha um agravante passivo agressivo: ao mesmo
tempo em que se queixava, batia sem dó. O ápice foi quando declarou que
passou fome.
No caso de Aécio essa tática é, sob todos os aspectos, uma piada. Em
seu mundo ideal — a Minas Gerais de suas duas gestões, digamos –, ele
solaria à vontade, sem ser questionado por ninguém a respeito de nada.
Quando convocado a se explicar a respeito de questões fundamentais
para a sociedade, e que se referem a sua vida pública, tenta transformar
tudo num drama.
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