As vendas em supermercados cresceram 2,24% no ano passado em
comparação com as de 2013, de acordo com balanço divulgado ontem (27)
pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Conforme os
números, foi o desempenho mais fraco desde 2006, quando o setor
enfrentou retração de 1,59%.
Em dezembro, as vendas tiveram alta de 2,94% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na comparação com novembro, o movimento no último mês de 2014 registrou crescimento de 20,62%.
Para o presidente da Abras, Fernando Yamada, o crescimento foi
possível pelos baixos níveis de desemprego. O desempenho ficou um pouco
abaixo das projeções iniciais da entidade, que esperava uma expansão de
3% no ano. “Embora tenha crescido menos que 2013, o resultado das vendas
em 2014 foi positivo, principalmente pelo desempenho geral da economia
brasileira”, analisou.
Para este ano, a Abras estima crescimento de 2%. Segundo Yamada, a
estimativa é otimista e pode ser revista, caso haja queda significativa
dos indicadores econômicos. “Pelos indicadores, o desemprego ainda vai
se manter dentro da faixa que achamos positiva, de 5,7%. Se o nível de renda não cair mais, manteremos a perspectiva.”
A expectativa é que os supermercados continuem com resultados
satisfatórios em segmentos como alimentos, bebidas, higiene e beleza.
“Há um forte apelos para produtos que tragam satisfação pessoal”,
destacou Fábio Gomes da Silva, diretor de Atendimento da Nielsen,
empresa que presta serviços de consultoria à Abras.
Segundo ele, há uma tendência de parte da população em continuar
comprando em supermercados como forma de compensar a redução de padrão
em outras formas de consumo. “Em um momento em que as pessoas estão
endividadas, existe pressão inflacionária e a taxa de juros
é crescente, se elas têm de abrir mão de algumas coisas, cortam parte
do consumo fora do lar. Isso leva o consumidor aos supermercados”.
Em 2013, o setor faturou R$ 272,2 bilhões. Os 84 mil supermercados
brasileiros empregam aproximadamente 1,7 milhão de pessoas em todo o
país.
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