A adoção do ensino fundamental de nove anos - que antecipou a idade
de entrada na escola dos alunos de 7 para 6 anos - trouxe melhora ao
aprendizado dos estudantes da rede pública. O nível de proficiência dos
alunos do 5º ano do ensino fundamental do país que estudaram um ano a
mais foi de 11% a 14% melhor, de acordo com os resultados da Prova
Brasil.
A diferença, no entanto, deve cessar neste ano, uma vez
que desde 2011 praticamente todas as matrículas já foram feitas sob este
sistema. Ou seja, alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental que
farão a Prova Brasil neste ano já tiveram cinco anos de escolaridade, e
não quatro.
Os dados são de um estudo inédito promovido pelo
movimento Todos pela Educação (TPE) obtido pelo jornal O Estado de
S.Paulo, que será apresentado nesta quinta-feira (2). O levantamento
feito pelos pesquisadores Armando Chacón e Pablo Arturo Peña usou dados
de desempenho dos estudantes na Prova Brasil - avaliação oficial do
governo para todas as escolas públicas e que serve de base para o
cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A prova
exige conhecimento em duas disciplinas: Língua Portuguesa e Matemática.
Para chegar ao índice, o estudo compara o crescimento da nota no exame
somente de alunos do 5º ano do ensino fundamental entre os anos de 2007 e
2011. As escolas foram separadas em três categorias, considerando o
período em que adotaram o ensino de nove anos.
As unidades que
tinham alunos já com cinco anos de estudo em 2007 foram as que tiveram
maior evolução na prova. Nessas unidades, as notas da Prova Brasil
subiram 21,7 pontos em Matemática e 18,5 em Língua Portuguesa.
As unidades que passaram a ter alunos com cinco anos de estudo só em
2011 também apresentam diferença. Nessas escolas, houve aumento de 20
pontos em matemática e 18,6 em língua portuguesa. Já as escolas em que
os estudantes só tinham 4 anos de escolaridade em 2011 conseguiram
níveis menores de melhora. O índice dessas unidades subiu 14,1 pontos em
Matemática e 12,3 em Língua Portuguesa.
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