O papa Francisco afirmou ontem
terça-feira (22) esperar que os Estados Unidos retirem o embargo
comercial imposto a Cuba há mais de cinco décadas. A bordo do avião do
Vaticano, rumo à capital Washington, o pontífice disse ter esperança de
que os dois países fechem um acordo para acabar com o bloqueio. O papa
desembarcou à tarde nos Estados Unidos.
“Meu desejo é que eles [Estados Unidos e
Cuba] terminem com um bom resultado, que eles alcancem um acordo que
satisfaça ambas as partes”, disse o papa Francisco durante entrevista.
O papa afirmou ainda que não pretende
falar sobre o assunto no Congresso dos Estados Unidos, que ele visita
nesta quinta-feira (24). Será a primeira vez que um papa discursará para
os parlamentares norte-americanos. Para o líder da Igreja Católica, a
questão “é algo público, que está trilhando o caminho das boas
relações”.
Na sexta-feira passada (18), os Estados
Unidos anunciaram uma série de medidas que amenizam o embargo imposto a
Cuba. As novas regras permitiram que empresas norte-americanas abram
escritórios e lojas em Cuba. As companhias passam também a ter
autorização para oferecer serviços de internet e de telecomunicações.
Viagens de transferências bancárias também foram facilitadas. A remoção
total do embargo financeiro, econômico e comercial depende, no entanto,
da aprovação do Congresso norte-americano.
Ainda no avião, o papa foi questionado
sobre a prisão de dissidentes do regime cubano durante a viagem à ilha.
Ele disse não ter conhecimento direto sobre as detenções. O papa falou
do trabalho que a Igreja Católica faz na ilha. Segundo ele, a igreja
lista os prisioneiros à espera de indulto e mais de duas mil pessoas
receberam o perdão do governo de Cuba até agora.
Segundo a imprensa internacional, entre 100 e 150 dissidentes foram presos durante a visita do papa a Cuba.
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