O papa Francisco encerra hoje (22)
viagem de quatro dias a Cuba, depois de uma vasta agenda de celebrações e
de ter se encontrado com os irmãos Castro. De manhã, ele celebra missa
na Basílica Menor e depois terá encontro com famílias na Catedral de
Santiago de Cuba, antes de deixar a ilha e embarcar para Washington.
Durante a visita, a imagem de facilitador da reconciliação entre os
Estados Unidos e Cuba foi reforçada.
De maneira geral, a agenda política e o
conteúdo das conversas e reuniões que teve não foram detalhadas. Tanto o
Vaticano quanto o governo cubano foram discretos e não divulgaram
informações detalhadas sobre as conversas entre o papa Francisco, o
ex-presidente Fidel Castro e o presidente Raúl Castro. Ele também evitou
falar publicamente sobre os dissidentes e sobre a liberdade política.
A imprensa internacional, que acompanha a
visita do Papa, mostrou imagens de prisões de pessoas em meio às
celebrações. Ativistas entrevistados afirmaram que entre 50 e 100
pessoas foram detidas e houve ameaças para que dissidentes não saíssem
de casa. De acordo com o Vaticano, o Papa não se pronunciou sobre as
denúncias de detenções.
Com relação aos encontros com Raúl e
Fidel Castro, somente a troca de presentes e informações gerais sobre as
conversas foram divulgadas. Segundo o Vaticano, a conversa com Fidel
durou 40 minutos e eles falaram de religião e de temas internacionais,
em tom informal. A imprensa oficial cubana divulgou imagens do encontro,
mas sem áudio.
Os encontros com Raúl Castro também
foram discretos. Publicamente, eles trocaram presentes e se
cumprimentaram durante as missas celebradas em Havana e na cidade de
Holguín, terra natal dos líderes cubanos.
Depois de se reunir com o governo
cubano, o Papa terá ampla agenda em Washington – primeiro com o
presidente Barack Obama e depois no Congresso norte-americano. A questão
do embargo econômico e o fechamento da prisão que os Estados Unidos
mantêm em Guantânamo são temas sensíveis.
Antes da chegada do Papa Francisco a
Cuba, Obama telefonou para Raúl Castro. Depois dos quatro dias na ilha, o
papa se encontrará amanhã (23) com o presidente norte-americano na Casa
Branca.
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