O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA) recorreu da decisão da Justiça Federal que soltou a ex-prefeita de
Bom Jardim, Lidiane Leite na última sexta-feira. Ela estava presa desde
28 de setembro, quando se entregou à Polícia Federal, depois de passar
39 dias foragida, mas voltou para casa por deliberação do juiz titular
da 2ª Vara da Justiça Federal, José Magno Linhares Moraes. Desde então,
Lidiane é monitorada por tornozeleira eletrônica e terá de justificar
suas atividades mensalmente à Justiça. O magistrado considerou que a
ex-prefeita não apresentava mais condições de interferir nas
investigações, nem de coagir testemunhas ou impedir a coleta de provas,
uma vez que está afastada do cargo.
De acordo com o MPF, a “prefeita
ostentação”, Humberto Dantas dos Santos, secretário municipal de
Coordenação Política e ex-namorado de Lidiane, e Antônio Gomes Cesarino,
titular da Agricultura, ainda têm poder de coação às testemunhas, “em
virtude do poder econômico e político que o grupo possui no município”.
“Pessoas humildes e de pouca instrução têm medo de colaborar, pois estão sendo ameaçadas”, diz o MPF.
Sobre o fato de Lidiane ter se entregado
à Polícia Federal de forma espontânea – outro argumento usado pela
Justiça Federal para soltar a ex-prefeita -, o Ministério Público
Federal entende que ela só se apresentou porque tinha a certeza de que
ficaria na sede do Corpo de Bombeiros – prisão especial à qual ela não
tinha direito, segundo o órgão. Dessa forma, o MPF entende que o
ocorrido “não caracterizou, portanto, uma situação de apresentação
espontânea”.
O Ministério Público disse também que ainda não denunciou a ex-prefeita porque não recebeu os autos do processo.
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