Dois empresários investigados pela Operação Lava Jato afirmaram em
depoimentos que foram ameaçados de morte por Lúcio Bolonha Funaro,
apontado pela Procuradoria-Geral da República como “o operador” do
presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Os irmãos Milton e Salim Schahin, donos da empresa que leva o
sobrenome da família, contaram aos procuradores que foram alvo de
diversas ameaças. Ambos diziam-se receosos em prestar esclarecimentos
por medo das ofensivas do operador, registradas em boletins de
ocorrência entregues aos investigadores.
Salim, que firmou acordo de delação admitindo participação no esquema
de corrupção da Petrobras, contou que as ameaças chegavam por telefone
ou mensagens. “Que Funaro certa vez ligou para o depoente, dizendo que
sabia onde o filho do depoente morava e onde o neto estudava […]. Que
escutou da própria boca dele que iria arrebentar o carro do […] depoente
e coisas do gênero”, revela a transcrição dos relatos de Salim.
Funaro e os irmãos Schahin travam uma guerra desde 2008, ano em que
ocorreu o rompimento da barragem de Apertadinho, em Rondônia, que deixou
centenas de famílias desalojadas.
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