Na última semana, o ministro da Saúde,
Ricardo Barros, admitiu que o Brasil vive uma epidemia de sífilis. A
doença, transmitida sexualmente, não é tão conhecida como o HIV e o HPV,
mas é tão preocupante quanto.
“A sífilis causa lesões no pênis e na
vagina, chamadas cancro, que podem ocorrer na cabeça do pênis ou nos
lábios vaginais ou colo do útero, e causam muita dor”, explica o médico
ginecologista Domingos Mantelli. Mas as complicações dessa doença vão
muito além da dor: no caso de gestantes, os perigos passam para o bebê.
A bactéria da sífilis é capaz de
atravessar a barreira placentária e infeccionar o feto, fazendo com que a
criança tenha a sífilis congênita. Segundo dados do Ministério da
Saúde, em 2013 havia 4,7 casos de bebês com a doença para cada mil
nascidos vivos. Com a infecção, a mãe pode sofrer um aborto espontâneo,
nascimento prematuro. Em outros casos, a criança pode nascer com má
formação cerebral, má formação óssea e lábio leporino.
Por isso, é importante um diagnóstico
precoce, e risco da sífilis reforça ainda mais a importância do
pré-natal desde o início da gravidez. O tratamento é relativamente
simples: antibióticos. “Depois do tratamento completo, é comum que ela
fique totalmente curada. Porém, nada impede que a pessoa adquira a
infecção outra vez na vida”, comenta Mantelli.
Assim, fica claro que a prevenção – para
todas as DSTs – é o melhor remédio. De acordo com dados do Ministério
da Saúde divulgados em 2015, 45% da população sexualmente ativa do País
não havia usado preservativo nas relações sexuais nos últimos 12 meses. O
motivo alegado pela maioria das pessoas é que a camisinha ‘reduz o
prazer’, mas o especialista acredita que é tudo questão de adaptação.
“É uma questão de costume. No mundo em
que a gente vive hoje, nós não podemos nos arriscar a contrair alguma
doença, como por exemplo um HIV, simplesmente por achar que a camisinha
diminui um pouco prazer. Se você se adaptar com o método, passar a
utilizá-lo com frequência, acaba se tornando uma coisa cotidiana E se
você tiver parceiro fixo, é ideal que os dois façam exames de rotina”,
justifica o médico.
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