quarta-feira, novembro 16, 2016

Vítima de estupro coletivo se suicida após vídeo no WhatsApp.

Uma indiana de 40 anos cometeu suicídio em janeiro deste ano, logo após um vídeo do estupro coletivo do qual foi vítima ter sido compartilhado pelo WhatsApp. A jornalista da BBC Divya Arya foi ao Estado de Uttar Pradesh, no norte do país, para conhecer a sua história.

Geeta era uma mulher valente. Atuava como profissional de saúde pública na zona rural da região onde vivia – um trabalho que exigia caminhar sozinha pelos vilarejos, algumas vezes após o anoitecer, e visitar as casas de estranhos.

Sua renda sustentava toda a família, incluindo o marido, que sofre de alcoolismo. Eles moravam em uma casa de tijolos que não tinha porta ou banheiro, mas Geeta orgulhava-se de ter conseguido dar educação aos três filhos adolescentes – uma menina e dois meninos.
No final de 2015, um morador de uma vila próxima a viu trabalhando no parto da mulher do irmão dele. E começou a persegui-la.

As ameaças tiveram início quando Geeta se recusou a conversar com ele. Khushboo*, amiga e colega dela, conta que o homem a parou na rua, tomou seu celular e disse: “Se eu encontrar você sozinha, não vou te deixar ir.”

Geeta certamente já tinha ouvido os relatos sobre abusos sexuais cometidos nos vilarejos onde ela trabalhava.

Dezoito meses antes, o Estado de Uttar Pradesh virou manchete quando duas garotas foram estupradas e mortas em Badaun.

Ela provavelmente também sabia que, pela cultura patriarcal da região, poderia ser considerada culpada por “convidar” as investidas sexuais de homens – mesmo que fossem não desejadas, intimidativas e violentas. Via Terra

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