O aeroporto de Medelín, na Colômbia, vivia momentos tensos antes
mesmo da queda do avião que levava o time da Chapecoense. Pouco antes de
o avião com o time brasileiro iniciar a descida, uma aeronave da
VivaColombia já havia solicitado prioridade de pouso por conta de perda
de combustível. Essa pode ser uma das causas de o avião da companhia
Lamia ter sido obrigado a fazer um procedimento de esperar antes de
iniciar a descida para pouso.
O Airbus A320 da VivaColombia
havia decolado de Bogotá na noite de ontem com destino à ilha de San
Andrés, no caribe colombiano, à 1h20 UTC. No entanto, cerca de 50
minutos depois, às 21h10, o avião fez uma curva de 180 graus. Ao iniciar
a rota contrária, o avião começou imediatamente a descer em direção ao
aeroporto de Medelín.
O avião da VivaColombia iniciou a
aproximação final para pouso às 21h44 e tocou o solo de Medelín às
21h52, de acordo com informações de site FlighRadar24.
O horário
do pouso não programado pelo avião da VivaColombia coincide exatamente
com o momento em que a aeronave que transportava o time da Chapecoense
se aproximava do aeroporto de Medelín.
Às 21h42, o avião da
Lamia iniciou o procedimento de espera enquanto aguardava autorização do
controle de tráfego aéreo para continuar a aproximação ao aeroporto de
Medelín. O avião deu duas voltas de 360 graus e desapareceu dos radares
às 21h55.
"É certo que houve uma emergência com o avião da
VivaColombia, mas essa ocorrência foi atendida antes do primeiro reporte
da aeronave que trazia o time de futebol", declarou à BBC o coronel
Fredy Bonilla, secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia.
Pane seca
De acordo com o diretor da Aeronáutica Civil da Colômbia, Alfredo
Bocanegra, não havia sinal de combustível nos tanques do avião.
Para o engenheiro aeronáutico e professor da Escola Politécnica da USP
Jorge Leal Medeiros, no entanto, não é possível afirmar que o avião
tenha caído por conta do procedimento de espera na aproximação ao
aeroporto de Medelín.
Segundo Medeiros, o avião deve ser
abastecido para ter autonomia de voo de pelo menos mais 45 minutos além
do programado inicialmente. O Lamia ficou em espera por apenas 13
minutos.
No entanto, segundo informações da fabricante do avião,
o avião tinha autonomia para voar 3.000 km, exatamente a mesma
distância da rota programada entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e
Medelín.
Pane elétrica
Antes de cair, o
avião com o time da Chapecoense declarou emergência ao controle de
tráfego aéreo alegando problemas elétricos. Para o professor da USP, é
possível que o avião tenha alijado combustível por conta dos problemas
elétricos.
"Se ele não tivesse condição de baixar o trem de
pouso, poderia ter de pousar de barriga (sem o trem de pouso) e ter
alijado combustível para evitar um incêndio", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário