Centrais sindicais e movimentos sociais convocaram para hoje uma greve geral. Você sabe o que eles reivindicam?
A paralisação é contra a reforma da
Previdência e as mudanças nas leis trabalhistas propostas pelo governo
de Michel Temer, segundo a Força Sindical e a CUT (Central Única dos
Trabalhadores), que estão entre os organizadores da greve.
Procurada, a Secretaria de comunicação da Presidência não quis se manifestar sobre a greve geral.
‘A cidade vai parar’
A Força Sindical critica a idade mínima
para se aposentar e as regras de transição propostas na reforma da
Previdência. Segundo o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves,
a central defende que homens possam se aposentar aos 60 anos de idade e
mulheres, aos 58.
Pela proposta do governo, a
aposentadoria só seria permitida aos 65 anos para homens e mulheres. O
parecer do relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA),
sugere manter 65 anos para homens, mas fixar em 62 anos a idade mínima
para a mulher.
Sobre a reforma trabalhista, Gonçalves
diz que a central é contra o fim da contribuição sindical, imposto pago
pelos trabalhadores que equivale a um dia de trabalho por ano. Também é
contrária à possibilidade de eleger um representante dos trabalhadores
que não seja do sindicato para negociar acordos com os patrões.
‘Reforma é para melhorar’
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirma que vai às ruas pela retirada das duas reformas e da lei da terceirização.
“Não há negociação. Na nossa visão, isso
não é reforma. Reforma é para melhorar”. João Cayres, diretor da CUT
Nacional e secretário-geral da CUT-SP.
Cayre afirmou que, em relação à
Previdência, as regras já haviam mudado no governo de Dilma Rousseff.
“Para nós, a questão já estava resolvida com a fórmula 85/95”, disse.
Segundo essa fórmula, o trabalhador
consegue se aposentar quando a soma de sua idade com o tempo de
contribuição atinge 95 pontos, no caso dos homens, e 85 pontos, para
mulheres. Pelas novas regras propostas pelo governo, essa fórmula
deixaria de ser aplicada.
Mudanças trabalhistas já foram aprovadas
A reforma da Previdência ainda está em
debate na comissão especial da Câmara dos Deputados. Já as mudanças nas
leis trabalhistas avançaram: o plenário da Câmara aprovou a proposta na
madrugada de quinta-feira (27) e agora o texto segue para o Senado.
O projeto de lei que libera a
terceirização em qualquer atividade das empresas já foi sancionado pelo
presidente Michel Temer. Até então, não existia legislação específica
sobre o assunto. O entendimento da Justiça era que apenas alguns tipos
de atividades, que não fossem ligadas à função principal da empresa,
poderiam ser terceirizadas.
Paralisações de 15 de março
A greve geral desta sexta-feira não é a
primeira manifestação neste ano contra as reformas do governo Temer. Em
15 de março, movimentos sindicais haviam organizado um dia de protestos e
paralisações em várias partes do país. Foram registrados atos em ao
menos 19 Estados e no Distrito Federal.
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