O papa Francisco disse neste sábado (29) no Cairo, diante de milhares
de pessoas, em sua maioria fiéis da comunidade católica egípcia, que
Deus rejeita o extremismo e o único que permite é o da “caridade”.
Em seu segundo e último dia de visita ao Egito, o pontífice celebrou
missa em um estádio da capital, sob forte esquema de segurança, para
tentar evitar ataques de radicais islâmicos.
Área próxima ao local da missa foi palco, em 2015, da morte de 20
pessoas que assistiam a uma partida de futebol. As mortes ocorreram por
causa da aglomeração no evento, embora várias organizações não
governamentais tenham dito que a polícia contribuiu com o desastre ao
lançar gás lacrimogêneo.
“Deus só gosta da fé professada com a vida, porque o único extremismo
que Ele permite aos crentes é o da caridade”, disse o papa durante a
homilia.
“Qualquer outro extremismo não vem de Deus”, acrecentou Francisco,
diante de uma plateia a quem pediu que não tenha “medo de amar a todos,
amigos e inimigos, pois o amor é a força e o tesouro do crente”.
As palavras do papa foram ditas quando se completam exatamente 20
dias dos ataques terroristas contra igrejas coptas no Norte do Egito.
Quarenta e seis pessoas morreram e, no dia seguinte, líderes religiosos,
em sua maioria muçulmanos, pediram o fim da violência.
Antes do início da missa, o pontífice saudou o público, quando estava
em um carro que deu a volta no estádio. Segundo informações da agência
oficial egípcia Mena, havia cerca de 25 mil fiéis assistindo a
celebração.
No veículo, Francisco estava acompanhado do Patriarca Católico Copta, Ibrahim Isaac Sedrak.
“A verdadeira fé é a que nos torna mais caridosos, mais
misericordiosos, mais honestos e mais humanos. É a que anima os
corações, que nos leva a amar a todos gratuitamente, sem distinção e sem
preferências”, disse o papa.
A missa é o principal evento do dia, dedicada especialmente à
comunidade católica no Egito, grupo religioso de apenas 200 mil pessoas
em um país onde a maior parte dos quase 90 milhões de habitantes é
muçulmana.
O primeiro dia da visita do papa ao Egito foi dedicado principalmente
a encontros com líderes religiosos muçulmanos e da comunidade copta
ortodoxa, além de uma conferência internacional da paz. A
informação é da Agência EFE.
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