Três adolescentes adotados pelo casal Toni Reis e David Harrad, de
Curitiba, foram batizados pela Igreja Católica, no domingo (23). A
cerimônia foi realizada na Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz dos
Pinhais, na região central.
Foram batizados Alyson, de 16 anos, Jéssica, de 14, e Filipe, de 12.
Reis, casado há 27 anos com Harrad, conta que procurou pessoalmente o
arcebispo da capital paranaense, José Antônio Peruzzo, para uma conversa
sobre o batismo dos filhos.
“Eu sou católico, e o meu esposo, anglicano. Depois de conversarmos,
resolvemos batizá-los na Igreja Católica. Fui em várias igrejas, mas
todas tinham uma burocracia enorme. Então, marquei uma audiência com o
arcebispo de Curitiba [Dom José Antônio Peruzzo]. Ele topou. Disse que
ia batizar as crianças e, não, o casal. Ele só exigiu que elas fizessem
um curso de pré-batismo; e os pais, as madrinhas e o padrinho, um de
preparação”, conta.
O professor diz que o batismo, além do reconhecimento espiritual, também é um reconhecimento social para a família.
“Foi
uma cerimônia extremamente emocionante, logo depois da missa das 10h.
Durante a missa, fomos citados três vezes. Eles [os adolescentes]
amaram. O Alyson disse que se sente purificado. A Jéssica disse que se
sente mais incluída. O Filipe disse que, agora, pode falar que tem uma
religião. Para nós, é importante esse reconhecimento social, espiritual.
Você participar de uma religião ajuda porque você acaba fazendo parte
de uma comunidade”, relata.
Reis
ressalta que, para os filhos, é importante ser aceito pela religião.
“Com certeza, é uma conquista. Para quem acredita, é importante ser
aceito na religião. Você quer ser aceito. Eu me sinto muito feliz,
valorizado, tranquilo. Para as crianças, foi um gesto muito bacana. A
religião, queira ou não, tem poder, especialmente para quem acredita.
Para mim, tem”, acredita.
O
padre Luciano Tokarski, coordenador da Comissão de Animação
Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Curitiba, afirma que a Igreja
aprovou o batismo dos filhos do casal.
“Vimos
o batismo com bons olhos. A Igreja tem uma atitude de acolhida, de misericórdia, de compaixão, de proximidade. Nunca as portas estiverem
fechadas para ninguém. Não existe nenhum documento oficial da Igreja que
proíba isso”, comenta.
Tokarski, no entanto, ressalta que, mesmo respeitando, a Igreja Católica
não aprova o casamento gay. “O fato de aceitarmos o batismo dos
adolescentes não significa que a Igreja aprova o casamento homossexual. A
Igreja está dizendo que os filhos deles podem ser batizados, mas
seguimos contrários à união entre dois homens, apesar de acolhermos
todas as pessoas”, esclarece. Via g1.
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