Um documentário produzido pelo cineasta norte-americano Mark Grieco,
River Below (Um Rio Acima, em tradução livre), acusa o biólogo e
apresentador Richard Rasmussen de pagar pela morte de um boto
cor-de-rosa a fim de produzir imagens mais fortes para uma reportagem
exibida no programa Fantástico, da TV Globo, em 2014.
A matéria falava sobre a matança dessa espécie de animal na Amazônia.
Nas imagens, pescadores ribeirinhos matam boto o e o cortam para usar
os pedaços de carne como isca para o peixe piratinga. Ao fazerem o
corte, os pescadores descobrem que o animal é fêmea e está prenha. Eles,
então, tiram o feto da barriga do animal e o atiram no rio, atraindo
mais peixes. As imagens causaram polêmica à época e pressionaram a
aprovação de uma lei que proíbe a pesca de piracatinga durante cinco
anos.
Grieco decidiu fazer um filme sobre a siuação dos botos da Amazônia e
descobriu que, após a exibição da reportagem, pesoas foram presas e
algumas famílias perderam a principal forma de renda. O cineasta
procurou os ribeirinhos que apareceram na reportagem. Eles disseram ter
recebido diesel, comida e dinheiro para matar o boto.
De acordo com o filme, Rasmussen teria sido responsável direto pelo
suborno aos ribeirinhos. O biólogo foi entrevistado para o documentário e
chega a admitir que sabia da situação, mas nega ter pagado pela
matança. “Eu sabia o que eu tinha que fazer. Era contra todos os meus
princípios, mas nós precisávamos dessas imagens. Porque, Jesus, as
pessoas precisam ver para acreditar”, afirma.“Eu nunca pagaria ou mesmo
participaria do sacrifício de qualquer animal. A matança dos botos é
monitorada há anos por ambientalistas e já estava sendo investigada pelo
Ministério Público. Minha intenção foi alertar o grande público que a
matança de botos é uma realidade dura e cruel”, disse o biólogo, em
entrevista ao UOL.
Já a TV Globo afirma que recebeu as imagens por meio da Ampa
(Associação Amigos do Peixe-Boi) e não tinha conhecimento sobre a origem
das cenas.
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